Nestes anos de curso, não me curei da poesia, só piorei
Não me curei da rebeldia, e de meus pensamentos escandalosos
Muito menos me curei da loucura que cura
Como gota de chuva de cor diferente
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Nos primórdios até a metade, senti a liberdade da universidade
Pude ter autonomia,escolher o que ler, quando faltar, quando preencher
Até que um dia, me senti apertado de novo... limites, imite, testes, burocracia
Lutei, mas perdi... fugi pra o meu mundo, quase fiquei lá...
Voltei e votei no corpo, como meio de recomeçar!
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Toquei os pés no chão, sentindo a realidade
Pulei novamente pelo hábito, então, senti o chão, com mais intensidade
Minha fraqueza, se tornando ponto forte, o paradoxo da vida
A ironia divina, a gargalhada, o pulsar nas entranhas como meio de pensar
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Também tive muitas paixões, homens e mulheres
Todos me marcaram mais do que os textos
Cuja memória com pouca emoção, é esvanecida pelo vento
Com o tempo, só amei alguns
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A aula, tornou-se uma ala estéreo insuficiente, pra preencher o presente
Pois para quem sente, tudo muito na mente, é mera bobagem
Cadê as extensões e pesquisas? de um tripé universitário perêrê
Não fui refém, fui além; aonde quase ninguém quis ir ver...
Fui pra comunidade, fui pra baixo do viaduto, fui as vielas do submundo
Lá encontrei as faltas, em contraste com as aulas cheias de respostas
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Ok, sobrevivi, estou aqui, renascendo mais uma vez
Teve muita coisa boa sim, professores mestres sinceros
Que tiraram água do deserto, e molharam vossas flores
A universidade se diz um oásis, mas é uma mera ilusão
Grato aos professores, a alma da educação
Foto: Anônimo