Filho do
vento
No seu
ventre virei homem
Nas voltas
da vida, o superei
Voei mesmo
sem ter asas
Pois pra
quem tem ar nas veias,
O coração é
uma bomba eólica
No fim do
mundo me encontrei
Sendo e
dizendo como um outro alguém
Que também
sou eu
PRESENTE
Varro os chãos
do sertão, levantando poeira
Provocando mentes com sede
Revirando
sementes de grãos solares
Estas
partículas me colorem
Agora sou
visto,
Giro e giro confuso
no mesmo lugar
Até penetrar
as entranhas do solo
Escondendo-me
de mim mesmo; encontro à água
Ahhhh... Que
alívio... Eu sinto!
FUTURO
Eu, ora tão
seco e quente
Lidarei bem como o molhado e frio?
Como um
homem do deserto
Ao encontrar um largo lago
Quanto tempo leva seu banho?
Quantos goles saciam sua sede?
Quantos goles saciam sua sede?
Eu, como redemoinho,
Ao jantar viro um
cálice de vento
Mantendo o máximo de tempo
A água dentro de mim
Abrigando-a, sinto algo nascer
Deixo de ser
filho do vento pra ser pai de algo
Ou quem sabe
mãe,